“Mais digno de ser escolhido é o bom
nome do que as muitas riquezas...” Provérbios 22.1A
Quem quer ser um milionário? Você já
ouviu essa pergunta antes?
Essa é a pergunta que a sociedade tem
feito para todas as pessoas; mas fazendo-os pensar equivocadamente que ter tal
quantidade de dinheiro significa necessariamente o mesmo que ter riqueza; algo
que nem sempre é real.
Deus quer que todos sejam ricos?
Definitivamente sim!
Então isso significa que Ele deseja que
todos sejam milionários ou bilionários?
Absolutamente não!
O espírito do mundo, através do Ego
humano, distorceu a noção de riqueza que os indivíduos sustentam em seu
interior. Atualmente tanto na sociedade mundana quanto muitos dentro de
congregações estão confusos sem saber exatamente o que a riqueza significa, e
pior; eles nem mesmo se dão conta de que essa confusão está ativa dentro deles.
É muito comum que as pessoas, quando
ouvem a palavra riqueza, imaginem logo uma enorme quantidade de dinheiro, o
famoso milhão, os sete dígitos tão perseguidos atualmente por pessoas de todas
as partes do mundo; assim como automaticamente lhes vem à mente a imagem de
mansões e apartamentos de luxo em locais ou condomínios de alto padrão,
exclusivos, compras de itens de altíssimo valor, como carros, helicóptero,
iate; viagens para lugares exóticos, festas nababescas e todo tipo de coisas
semelhantes a essas que têm sido ampla e profundamente difundidas pela mídia e
desejada pelas multidões.
O problema é que essas imagens mentais
sedutoras não têm nada a ver com a riqueza verdadeira, por mais estranho que
possa parecer; essas imagens mentais estão relacionadas à fortuna,
e a dura verdade é que existe uma quantidade considerável de pessoas que
possuem fortuna, mas não são ricas.
Mas como isso é possível?
A fortuna está ligada apenas às
coisas materiais, ao poder aquisitivo dos indivíduos, ao nível de status e
posição social que sustentam. Já a riqueza verdadeira está ligada a outros
fatores não-físicos e não-materiais, como a sabedoria, a inteligência, a
honestidade, a honra, a ética, a paz de espírito, a tranquilidade da alma, a
fé, o amor, o equilíbrio emocional, nobreza, dignidade, integridade, a morte do
Ego (crucificação da carne) e outros semelhantes. Por exemplo:
Um homem que possui 1 milhão de reais é
um milionário, mas se não possuir inteligência ou sabedoria, não é rico, mas
apenas fez fortuna, e provavelmente a perderá em algum tempo. Semelhantemente,
um ladrão ou um corrupto que tenha roubado ou desviado para si milhões de reais
também se torna milionário, mas não é rico, mesmo que use esse dinheiro para
ter acesso e adquirir todo tipo de tesouro social que aos olhos do mundo
definem a riqueza; pois não há riqueza verdadeira sem honestidade. Tal pessoa
conseguiu apenas, ainda que por meios ilícitos, fazer fortuna; e aos olhos de
Deus esse indivíduo não é rico, mas sim miserável; como está escrito em
Apocalipse 3.17, que diz: "Como dizes: Rico sou, e estou
enriquecido, e de nada tenho falta (e não sabes que és um desgraçado, e
miserável, e pobre, e cego e nu)".
Toda riqueza verdadeira está atrelada
intimamente, e é inseparável, da honestidade, da dignidade, da legalidade e da
honra; por isso está escrito em Provérbios 22.1A: "Mais digno de
ser escolhido é o bom nome do que as muitas riquezas..."; de modo que
qualquer indivíduo que roube ou se torne corrupto, inclusive explorando e
negociando com a fé e a boa vontade dos outros; mesmo que consiga fazer fortuna
(e alguns conseguem), não será rico.
E por que é importante saber disso?
Porque enquanto a pessoa não souber
distinguir entre a riqueza e a fortuna, não será capaz de edificar (construir
de maneira sólida e permanente) a verdadeira riqueza para si, esse tal será
sempre uma presa fácil para os "vendedores de sonhos da fortuna" que
prometem grandes somas de dinheiro, rápido e fácil, enquanto devoram a mente, o coração, a fé, e
a vida de todos com quem se associam; assim sendo, todos aqueles que não sabem
a diferença entre riqueza e fortuna acabarão cobiçando e se juntando aos que,
de alguma maneira, roubam ou usurpam fortunas na ânsia e na ganância de querer
viver como os "ricos" aos olhos do mundo; mas veja o que a Escritura Sagrada fala
sobre esses indivíduos no Salmo 73.12, que diz: "Eis que estes
são ímpios; e todavia, estão em segurança, e se lhes aumentam as
riquezas.". O problema é que a riqueza que se lhes aumentam são as
riquezas sociais (a fortuna), que não raras vezes estão contaminadas com
grandes fardos sociais, sofrimento, e até malevolência; assim como, a segurança
que eles têm é justamente aquela que eles pensam que sua fortuna é capaz de
prover; o que na verdade não passa de uma tênue ilusão; por isso também foi
escrito em Provérbios 11.28a: "Aquele que confia nas suas riquezas
cairá...".
No livro "O Semeador de
ideias" do renomado escritor e psiquiatra Augusto Cury, o personagem
principal, um mestre na arte do pensamento, um filósofo de rua, fala para seus
discípulos: "O dinheiro pode transformar mansões em prisões, empresas em
masmorras, terras em ilhas. Eu tinha belíssimos jardins, mas quem desfrutava
das flores eram meus jardineiros. Quem era rico? Eu ou eles?". E em outra
parte do livro o mesmo personagem instiga a mente dos seus discípulos mais uma vez com a
seguinte indagação: "Quem é rico? Quem faz pouco do muito ou quem faz
muito do pouco?". Não sei se o autor se inspirou nos textos bíblicos para
confeccionar tais frases, mas o fato é que ele transcreveu de maneira prática,
ainda que em forma de uma ficção, a essência do que está escrito em Provérbios
15.16, que diz: "Melhor é o pouco com temor do SENHOR do que um grande
tesouro onde há inquietação.".
A riqueza dos cristãos está muito além
da fortuna, e nenhuma pessoa que não tenha se convertido de verdade jamais entenderá o que
essa afirmação significa.
Quer dizer então que os cristãos
verdadeiros não podem fazer fortuna?
É claro que podem. Desde que esse não
seja o único objetivo que norteie toda a vida deles, pois se assim for,
inevitavelmente acabarão sendo corrompidos e enveredarão pelos caminhos da
impiedade e do sofrimento pessoal, como está escrito em 1 Timóteo 6.9, que
diz: "Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e
em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição
e na ruína."; ou seja, aqueles cujo único objetivo de vida é apenas
fazer fortuna (dinheiro), serão consumidos por ela. Então, foi justamente para
prevenir os verdadeiros cristãos a esse respeito que o Salmo 62.10b foi
escrito, dizendo: "...Se as vossas riquezas aumentam, não ponhais
nelas o coração.". Lembre-se, sempre que a Escritura falar sobre riquezas,
nós precisamos estar muito atentos para perceber no contexto do versículo qual
é a essência nutrindo essa palavra, pois às vezes estará sendo falado sobre a
verdadeira riqueza e outras, como neste texto do Salmos 62.10b, o que está
sendo dito é: "Se você fizer fortuna, não se apaixone por ela.".
E por que não devemos por nosso coração
na nossa fortuna?
Porque como está registrado em
Eclesiastes 5.14A: "... As mesmas riquezas se perdem por qualquer
má aventura...", ou seja, a fortuna é volátil, ela aumenta e, ou,
diminui, de acordo com muitas variáveis que estão totalmente além do nosso
controle, portanto, somente aqueles que não estiverem apaixonados por ela serão
realmente capazes de pensar com a razão necessária para construir, com fé,
trabalho e sabedoria, uma fortuna que seja honesta, digna e duradoura, de modo que ela venha a fazer parte da verdadeira riqueza; ou, se
necessário for, para abrir mão da toda a fortuna, que seja alcançada ou mantida
por qualquer ação que fira a honestidade, a legalidade, a verdade, justiça, a moralidade, a
dignidade e a honra etc...
Quando Deus diz que é melhor ter um bom nome do que muitas riquezas Ele não está proibindo ninguém de fazer fortuna; mas está exortando para que sempre que tais pessoas tiverem de escolher entre a fortuna e a legalidade, a honestidade, a honra, a fé, entre outras virtudes da Luz, e haverá várias ocasiões em que essa escolha terá de ser feita; todos nós devemos escolher as virtudes e não o dinheiro, pois é assim que realmente seremos sempre ricos, quer tenhamos fortuna ou não.
Oi Luiz, já passei por situação onde percebi que o mérito verdadeiro não são as realizações, elas podem até se tornarem verdadeiras quando o cultivo das virtudes é para o enriquecimento do nosso interior e aprimoramento do Espírito para iluminar os que estão a nossa volta e consequentemente nossa vida de sabedoria.
ResponderExcluirGratidão pelo seu discernimento!
Oi Andrea!
ExcluirEssa percepção da qual você se tornou consciênte muda toda a nossa maneira de compreender a função das nossas realizações.
Parabéns! Pois muitas pessoas passam por toda a vida sem alcançar essa "simples" clareza que você demonstrou.
É sempre bom falar com você.
Seus comentários sempre agregam valor que pode ser útil a outros leitores.
Que Deus continue nutrindo e desenvolvendo a sabedoria que há em você.
Grande abraço.😃