“...Quem tiver duas túnicas, que reparta com quem não tem...” Lucas 3.11a
A maioria das pessoas não necessita
de pelo menos metade do que possuem, mas o problema é que elas se deixaram
convencer de que precisam de pelo menos o dobro do que já têm.
Você gostaria de aprender uma forma
simples e prática de beneficiar as outras pessoas enquanto torna a sua própria
vida mais leve e equilibrada? Se a sua resposta é sim, então vamos examinar o
texto de Lucas 3.11a sob uma perspectiva um pouco diferente, mas mantendo a
essência do versículo.
Essa magnífica fala de João Batista
ecoou através do tempo até alcançar os dias atuais, chegando até nós para nos
convidar a nos desfazermos dos excessos de todas as coisas materiais que
possuímos.
E
qual o motivo disso?
A partir de determinado patamar, o acúmulo das coisas que possuímos passa a nos possuir também; de fato, existe uma multidão crescente de pessoas ao redor deste planeta cujas vidas tem sido escravizadas pelas suas próprias posses; homens e mulheres que estão vivendo quase que exclusivamente em função de adquirir mais de tudo o que seus olhos podem ver; mais roupas, mais calçados, mais acessórios, mais utensílios domésticos, mais eletrodomésticos, mais equipamentos eletrônicos e mais objetos aleatórios, que eles não necessitam realmente ter, porém fazem questão de possuir, pois, sem perceber, foram influenciados pelo espírito do mundo, através dos desejos sociais, para cultivarem o pensamento distorcido de que quanto mais possuírem maior será o seu valor pessoal na sociedade. Grande parte dos indivíduos atualmente têm pensado assim, mesmo aqueles com pouquíssimo poder aquisitivo; mas o fato que ignoram é que estão equivocados.
Todas as vozes do espírito do mundo dizem: "Quem tiver duas túnicas, que compre mais duas; depois, repita o processo. Assim você terá abundância."
Uma vida de acúmulo e excesso (que muitos confundem com abundância) de objetos falsamente necessários, não é, nem de longe, uma vida com mais valor pessoal, ao contrário; uma vida com posse exagerada de bens materiais sem utilidade real é apenas uma vida cheia de ansiedades, abarrotada de incertezas e inchada por vaidades que não geram, em um nível mais profundo, nada além de muito peso, fardo, fadiga mental, cansaço físico, desatenção espiritual, e, ainda nos impede de perceber como colaborar para que outras pessoas possam viver melhor.
A Voz de Deus, através da fala de João Batista, nos revela que podemos viver com muito mais leveza material, mental, e espiritual se tão somente compreendermos que boa parte do que possuímos, e por que não dizer também, do que desejamos possuir, não são realmente necessários para elevar ou aprimorar a nossa qualidade de vida, ao contrário do que todos os comerciais, anúncios e propagandas tentam nos fazer acreditar. Na verdade, as coisas que possuímos em excesso, "nossa segunda túnica", podem ser extremamente úteis e necessárias para a existência de outras pessoas; em outras palavras, um estilo de vida com menos posse e acúmulo de coisas falsamente e supostamente necessárias é, automaticamente, um estilo de vida mais livre, equilibrado, produtivo e proveitoso, não só para nós mesmos, mas também em favor das pessoas que nos rodeiam.
E como podemos fazer para começar a cultivar e usufruir deste estilo de vida mais livre e proveitoso?
Fazendo exatamente o que João Batista estava falando quando disse: “...Quem tiver duas túnicas, que reparta com quem não tem...”, ou seja, precisamos começar a identificar todo o excesso de posses que, porventura, possuímos em nossa vida, para separá-lo adequadamente do que nos é realmente essencial, de modo a direcionar esse excedente para as mãos dos que realmente necessitam. Deixe-me dar alguns exemplos simples para tentar ser mais claro. Imagine o seguinte:
Para que alguém precisa possuir 100, 200 ou 300 peças de roupas, quando, na verdade, só costuma usar cerca de 50, 60 ou, no máximo 80 durante todo o ano? Certamente seria muito melhor, identificar e manter dentre estas peças de roupa apenas aquelas mais úteis, confortáveis, necessárias e que mais gostamos de usar, ou seja, aquelas que mais nos agradam, melhor nos atendam e sejam mais adequadas às demandas pessoais e profissionais do nosso estilo de vida. Abrindo mão de todas as outras que estão sempre ocupando espaço em nossas gavetas e cabides, mas quase nunca, ou nunca, são usadas.
E o que fazer com esse excesso
que identificamos?
"...Reparta com quem
não tem..."; em
outras palavras, venda por um preço acessível ou, melhor ainda, doe para quem
precisa, pois assim você estará, ao mesmo tempo, beneficiando outras pessoas e
se livrando de "peso" desnecessário na vida.
O mais importante aqui é
compreender que esse raciocínio de identificar e manter em nossa vida apenas as
coisas verdadeiramente necessárias, abrindo mão, vendendo ou doando todo o nosso excesso, pode
ser aplicado em absolutamente tudo o que possuímos e, invariavelmente, vai gerar frutos benéficos, como por ex: Menos preocupações, mais dinheiro sobrando, menos tarefas
domésticas, menos bagunça e desorganização, mais espaço livre e conforto no
nosso lar, menos distrações, menos desperdícios, mais sustentabilidade, mais praticidade, mais versatilidade e muitos
outros.
Mas como uma pessoa pode
aplicar isso em outras áreas da própria vida?
Deixe-me dar um exemplo pessoal
de como apliquei este entendimento em uma área específica da minha vida de modo
a tornar as coisas mais leves e ainda beneficiar outras pessoas, e talvez isso
sirva como inspiração para você usar na sua também.
Desde que adquiri e passei a cultivar o saudável hábito da
leitura, comecei a comprar livros, às vezes mais de um, quase todas as vezes quando passava em frente a uma livraria, pois um dos meus sonhos era possuir uma
grande coleção literária com enorme quantidade de livros adornando as várias
prateleiras das estantes da minha sala e do meu quarto. Em 2017 minha coleção
estava se aproximando dos 200 livros dentre romances ficcionais de vários
gêneros, assim como livros de conteúdo histórico e livros cristãos. Alguns
destes livros nem tinham sido lidos, mas eu continuava comprando outros para aumentar
a coleção. Eu possuía até mesmo livros repetidos, como o conhecido “A Arte da Guerra”,
de Zun Tsu; porque eu havia comprado um exemplar na Bienal do livro do Rio de
janeiro e meses depois ganhei outro, em uma edição bilíngue, português e inglês,
de um amigo. Como você pode notar, nessa área da vida eu possuía muito mais do que apenas “duas túnicas”; e continuava comprando outras.
Para encurtar a história; com a ajuda do que aprendi com a prática do cristianismo aplicado na minha vida diária, eu percebi que ter toda aquela
quantidade crescente de livros não era nada além de uma vaidade pessoal minha;
tantos livros parados ocupando cada vez mais espaço e juntando poeira não era
algo benéfico a ninguém, pois, por mais que eu tenha lido a maioria deles, e
absorvido as histórias, o conteúdo e o conhecimento contido em suas páginas, e
isso havia sido útil a mim de diversas maneiras; eu sabia que devia dá-los a
outras pessoas para que também pudessem se divertir e aprender com o conteúdo de cada
um deles.
Além disso, ter tantos livros em casa estava se tornando,
literalmente, em um peso na minha rotina, pois todas as vezes que eu precisava limpá-los e
organizá-los, essa tarefa consumia muito mais tempo e energia do que eu
acreditava ser o ideal; tempo e energia que eu poderia estar investindo em algo
mais produtivo e significativo. Assim sendo, simplifiquei as coisas usando a
essência do ensinamento de João Batista, o entendimento que estou
compartilhando com você agora; eu identifiquei e mantive apenas os livros que
ainda não havia lido, assim como, os melhores e mais relevantes para mim dentre
os que já tinha lido até aquele momento. Todo o restante (o excesso) eu vendi
ou doei para conhecidos e até para desconhecido que se interessavam por leitura.
Em pouco tempo, minha antiga coleção de livros físicos a qual eu
dava muito valor, mas que, na verdade, estava se tornando mais uma espécie de
fardo para mim do que qualquer outra coisa, caiu de quase 200 para menos de 50
livros. E depois que eu li e doei todos os que faltavam, este número foi
reduzido ainda mais para apenas os dez melhores livros que já li na vida. Dessa
forma, ao mesmo tempo, recuperei um grande espaço físico em minha casa que
antes era ocupado por pilhas de livros, não preciso mais gastar tanto tempo e
energia com esse tipo de limpeza e organização,
ficando livre para investir esses recursos em tarefas mais significativas para
mim, como escrever para o meu blog por exemplo. Além disso, tenho a certeza de
que todos os livros que vendi e doei foram, de alguma maneira, úteis para
outras pessoas, ao invés de ficarem se acumulando na minha casa. Eu continuo
lendo bastante, mas agora prefiro os livros digitais, pois creio que são muito
mais práticos para o meu estilo de vida.
Mas por que contei toda essa experiência pessoal?
Para mostrar de uma forma real que, nós, seres humanos, por
padrão costumamos acumular todo tipo de coisas como roupas, livros, sapatos, bolsas, canetas, quadros, brinquedos, ferramentas, utensílios e muito mais; quase em todas as áreas da nossa vida fomos ensinados a acumular "túnicas" que não costumamos usar, queremos apenas possuí-las. Neste momento, talvez, você até já tenha percebido na sua própria vida, e na sua própria casa, quais coisas estão apenas se acumulando, ocupando um grande espaço ou consumindo suas energias.
Então eu pergunto: Que tal você analisar a sua vida e aplicar nela esse conceito de identificar e manter apenas as coisas realmente relevantes para o seu real bem-estar, eliminando os excessos, seja vendendo ou doando, para que sirvam e beneficiem outras pessoas?
Olhe ao redor e veja o que você possui em excesso; em quais áreas da sua vida, e da sua casa, você possui uma "segunda túnica" para ser dada ou doada para um amigo, conhecido ou mesmo desconhecido que necessite. O ponto central aqui é que a nossa vida e a nossa casa possuam apenas as coisas verdadeiramente úteis para nós e para a nossa família, cada coisa com um propósito bem definido e ativas em cumpri-lo; e não mais um grande acúmulo de pesos mortos que não são utilizados adequadamente por nós, nem beneficiam ninguém.
Todas as pessoas que cultivam o hábito de examinar diligentemente a própria vida, e aqui estou me referindo aos verdadeiros cristãos, invariavelmente, chegam à conclusão de que possuem muito mais coisas do que realmente necessitam e se tornam capazes de se desapegar e desfazer dos excessos, permanecendo ainda com posses mais que suficientes para não sentir falta de absolutamente nada, mas sem se deixar convencer pela mentira das vozes do espírito do mundo, que rege a sociedade moderna, pregando que as pessoas só conseguem ser felizes, abundantes e plenas se tiverem, ou desejarem ter, sempre o dobro do que já possuem.
Cristão genuínos sabem que qualidade de vida, plenitude e felicidade não estão ligadas ao acúmulo de suas posses e objetos; como Lucas 12.15 afirma quando diz: "A vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.".
Então eu pergunto: Que tal você analisar a sua vida e aplicar nela esse conceito de identificar e manter apenas as coisas realmente relevantes para o seu real bem-estar, eliminando os excessos, seja vendendo ou doando, para que sirvam e beneficiem outras pessoas?
Olhe ao redor e veja o que você possui em excesso; em quais áreas da sua vida, e da sua casa, você possui uma "segunda túnica" para ser dada ou doada para um amigo, conhecido ou mesmo desconhecido que necessite. O ponto central aqui é que a nossa vida e a nossa casa possuam apenas as coisas verdadeiramente úteis para nós e para a nossa família, cada coisa com um propósito bem definido e ativas em cumpri-lo; e não mais um grande acúmulo de pesos mortos que não são utilizados adequadamente por nós, nem beneficiam ninguém.
Todas as pessoas que cultivam o hábito de examinar diligentemente a própria vida, e aqui estou me referindo aos verdadeiros cristãos, invariavelmente, chegam à conclusão de que possuem muito mais coisas do que realmente necessitam e se tornam capazes de se desapegar e desfazer dos excessos, permanecendo ainda com posses mais que suficientes para não sentir falta de absolutamente nada, mas sem se deixar convencer pela mentira das vozes do espírito do mundo, que rege a sociedade moderna, pregando que as pessoas só conseguem ser felizes, abundantes e plenas se tiverem, ou desejarem ter, sempre o dobro do que já possuem.
Cristão genuínos sabem que qualidade de vida, plenitude e felicidade não estão ligadas ao acúmulo de suas posses e objetos; como Lucas 12.15 afirma quando diz: "A vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.".
Oi Luiz Cesar, tudo bem? Tenho lido seu blog e me ajuda muito a fazer reflexões para me conhecer melhor.
ResponderExcluirEsse versículo é muito importante, essas túnicas são nosso verdadeiro eu( a essência original ) e falso eu( ego), quando mais doamos para outros e compartilhando as experiências, alinhadas com o princípio.....aquilo que não é necessário para nós, doamos.... pois temos em abundância ( conhecimentos), a verdadeira sabedoria é estar mais próximo da essência divina.
Sendo assim sobra espaço no interior para essas trocas, com o "armário"da consciência mais vazio, possibilidade de ouvir a verdade e praticar no dia a dia.
Obrigada pela sua escrita e entendimento .
Abraços
Olá novamente andrea!
ExcluirÉ sempre bom falar com você.
Agradeço a Deus pelo fato de este blog está sendo útil de alguma maneira a você.
Obrigado por compartilhar um pouco da sua sabedoria através do seu comentário, pois isso pode servir para ajudar outras pessoas.
Que a simplicidade de Cristo sirva como base para que você desenvolva toda a sua vida plena e abundantemente.
Grande abraço.👍😁