“Bem
aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.”
Mateus 5.9
Estamos vivendo uma época de combates diversos em grande escala nas mais variadas áreas e esferas sociais; a massa humana que habita a sociedade se tornou uma turba de gladiadores alucinados, prontos para atacar e ferir qualquer um que julguem como inimigos, mas os gladiadores modernos não são exatamente como aqueles das histórias sobre a Roma antiga, onde homens de diversas partes do império eram levados cativos e obrigados a lutar entre si até a morte para o entretenimento de uma população alienada e governantes inescrupulosos. Hoje em dia as pessoas estão se tornando gladiadores por vontade própria, e lutando uns contra os outros em arenas físicas e virtuais; políticas, religiosas, ideológicas, filosóficas e outras.
Tais pessoas são escravas de si mesmas, de suas próprias concupiscências, desejos, ganâncias, ambições; mas é claro que ainda há os "mercadores de escravos gladiadores", pessoas que ocupam posições de destaque na sociedade, influenciando o máximo de indivíduos que conseguem para que se tornem guerreiros em determinadas causas; e uma vez que isso ocorre com alguém, tal pessoa passa a lutar contra tudo e contra todos, disposto a "matar" pela sua causa, não importando o quão banal e deturpada ela seja; eles desejam apenas "mutilar e ferir" com atos e palavras, ditas e escritas, o máximo de adversários que conseguirem; tanto na dimensão física quanto na virtual, que parece ser a preferida desta nova espécie de "guerreiros modernos". Todos têm uma opinião extremamente sólida sobre absolutamente tudo atualmente, e todas as suas opiniões e declarações ditas ou escritas são o mais ácidas, ferozes e violentas possível, pois o objetivo deles é atingir profundamente qualquer um que pense ligeiramente diferente das ideias que eles acreditam. Tais pessoas costuma justificar suas palavras e ações venenosas com a seguinte frase: _ Eu tenho uma personalidade forte!
A internet é uma maravilhosa ferramenta que pode e deve ser usada para aprendizado, desenvolvimento e compartilhamento de boas práticas, conhecimento e inspiração, mas para as pessoas cujo único desejo é se fazer ouvir a todo custo, sufocando qualquer outra voz que não seja a dos que enxergam o mundo exatamente como eles, a internet se tornou uma gigantesca arena na qual estes novos gladiadores virtuais, de "personalidade forte", de todas as partes do país e até do mundo, se enfrentam diariamente disparando textos, áudios e vídeos carregados de maldade, malícia, intensões escusas, raiva, ira e ódio, apenas para satisfazer o desejo sinistro, consciente ou inconsciente, de ferir ou de se sentir superior aos demais.
Estes novos guerreiros(as) virtuais, anônimos ou famosos, tanto mundanos quanto membros e lideres de congregações, promovem verdadeiras "carnificinas" virtuais envolvendo-se, criando e alimentando polêmicas variadas que produzem e consomem escândalos sob o pretexto de que estão lutando para defender importantes questões para fortalecer a sociedade ou as congregações, mas nenhum deles revela suas segundas intenções muito bem disfarçadas em seus corações, como o desejo de moldar a sociedade e as congregações de acordo com a imagem e semelhança deles mesmos, aniquilando qualquer divergência e incompatibilidade de pensamento, ideias ou visão.
Este gigantesco grupo de novos "gladiadores", guerreiros sem paz interna e sem paz uns com os outros, reivindicam cada qual sobre si mesmo e sobre seu grupos o título de "paladinos da liberdade", mas o lema deles, ainda que inconscientemente, é um antigo provérbio latino que diz: (Si vis pacem, para bellum), que significa: Se desejas a paz então prepara-te para a guerra. Embora, se prestarmos atenção veremos que na cultura moderna o espírito do mundo degradou ainda mais tal máxima para algo que se parece com: Se desejas a paz então leve a guerra aos seus adversários. Tais pessoas, quer tenham noção disso ou não, definitivamente não são filhos da liberdade, e tampouco filhos da paz, eles são filhos da guerra e não desejam o bem coletivo como afirmam, mas sim o próprio caos. Eles são assim porque estão recebendo e se permitindo receber, cada vez mais, as influências do espírito do mundo que desde épocas fora do alcance da nossa mente humana já batalhava para tentar instalar o caos nas regiões celestiais, como está escrito: "E houve batalha no céu: Miguel e os seus anjos batalharam contra o dragão; e batalharam o dragão e os seus anjos..." Apocalipse 12.7.
As batalhas e as guerras, atualmente, as virtuais com textos, áudios e vídeos, fazem parte da natureza destas pessoas e eles justificam suas guerras pessoais assim como todas as barbaridades que dizem, escrevem e fazem como sendo o único caminho para fortalecer as liberdades individuais. Eles dizem coisas como: Estou lutando pela liberdade de expressão! Ou. Minha batalha é em favor da liberdade de pensamento! Há uma infinidade de frases prontas como estas que eles repetem constantemente para dar uma aparência de verdade no que estão dizendo, mas neste processo estão dispostos a todo tipo de confrontos, batalhas, duelos, provocações e revides, tanto contra outras pessoas quanto contra instituições que podem ser mundanas ou congregações. Eles estão sempre com o dedo em riste, sempre com a língua afiada, sempre com a voz elevada, sempre conclamando seus semelhantes para algum tipo de cruzada, sempre em meio a manifestações, sempre inflamando as multidões de alguma maneira. São agitadores e tumultuadores por natureza.
De certa forma, quanto aos mundanos é normal, e até esperado, que se comportem dessa maneira, pois ainda estão totalmente sujeitos ao instinto da natureza animal e cega que existe neles; porém esse mesmo comportamento animalesco tem se espalhado em pessoas dentro de congregações, e ganhado força, gerando confrontos internos e externos que são abomináveis para Deus e totalmente reprovados pelos verdadeiros cristãos, como Paulo escreveu em: "Na verdade, é já realmente uma falta entre vós terdes demandas uns contra os outros..." 1 Coríntios 6.7; congregações se digladiando contra outras congregações; líderes batalhando contra outros líderes; membros se confrontando contra outros membros; seja no território físico ou virtual, não passam de um bando de pessoas agindo exatamente como os mundanos, ou seja, ferindo-se uns aos outros e chafurdando em um gigantesco pântano de impiedade e injustiça; como foi dito em: "Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano e isso aos irmãos." 1 Coríntios 6.8. Este são os frutos dos filhos da guerra; dano e injustiças.
As pessoas que se comportam dessa maneira belicosa, dentro e fora de congregações, afirmam que suas guerras físicas e virtuais, são "guerras santas", mas todo cristão verdadeiro sabe que esse termo não faz sentido; nenhuma guerra é santa; santa é a paz. Nenhum cristão verdadeiro se identifica com esse cenário de batalhas modernas virtuais e físicas que eclodem todos os dias e se arrastam por muito tempo; nem se permitem ser gladiadores da sociedade nem das congregações; eles nunca atacam, nunca revidam, nunca se vingam, apenas se defendem, e, em alguns casos sofrem a injustiça e o dano, como foi dito: "Por que não sofreis, antes, a injustiça? Por que não sofreis, antes, o dano?" 1 Coríntios 6.7B. Cristãos não têm medo das injustiças e dos danos que os mundanos ou pseudo-cristãos, "filhos da guerra", possam fazer contra eles, pois são, em Cristo, muito mais resistentes do que estas outras pessoas, e usam o amor que possuem pelo próximo para, se não houver opções, suportar pacificamente todos os ataques e agressões que recebem; pois está escrito em 1 Coríntios 13.7: O amor "Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.". E ao fazer isso, os cristãos genuínos deixam um luminoso exemplo de fé e de paz, por isso são conhecidos como pacificadores, como está escrito em Mateus 5.9, que diz: "Bem aventurado os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.".
O espírito do mundo ensinou a humanidade a "combater" guerra com guerra; ou como eles gostam de dizer todo o tempo, fogo contra fogo. Tais pessoas são filhos da guerra, seja ela uma guerra física ou virtual; e embora muitos deles estejam dentro de diversas congregações, ainda não compreenderam, ou estão propositalmente ignorando o fato de que o Espírito de Deus ensinou e tem ensinado a seus verdadeiros filhos a combater guerra usando-se da paz que ele mesmo providenciou para nós, como foi dito; "...a minha paz vos dou..." João 14.27, por isso cristãos são chamados de pacificadores, porque eles enfrentam o fogo e a guerra do mundo usando a paz e a luz de Cristo que há dentro de cada coração verdadeiramente convertido.
Cristãos genuínos não respondem às provocações sociais que o mundo, ou mesmo algumas congregações, lançam sobre eles, nem tampouco se inflamam para entrar em batalhas e confrontos de palavras faladas ou escritas na internet ou fora dela. Pacificadores são aqueles que sempre que depende deles, fazem de tudo para se manter em paz com todos ao redor, como foi ensinado em: "...Quando depender de vós, tende paz com todos os homens." Romanos 12.18, mesmo que estejam sendo atacados pesadamente e injustamente.
Os gladiadores modernos, guerreiros dos tempos atuais são induzidos pelo espírito do mundo a lutar uns contra os outros, todo o tempo, por qualquer motivo sem sentido, repetidas vezes; e eles passam a gostar de viver assim, porém, não percebem que todas estas lutas, batalhas e confrontos que fazem questão de travar os estão distraindo de perceber que essa grande guerra não os levará a lugar algum e ainda vai drenar as forças deles, deixando-os exaustos; e é nesse momento quando já estiverem extremamente cansados, física e psicologicamente, que o espírito do mundo lançará contra eles um ataque massivo que não serão capazes de suportar, de modo que a vida deles será arruinada.
Ser um pacificador, por outro lado, nos mantém fora dessa armadilha mundana, preserva nossas forças e nossa sanidade, e nos ajuda a inspirar outras pessoas para que abram mão e se afastem de viver nessa nova guerra moderna que se apresenta diante de nós diariamente.
Comentários
Postar um comentário