Pular para o conteúdo principal

“Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós...” João 15.16



“Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça...”  João 15.16

Como encontrar o verdadeiro propósito da sua vida?

Esta é uma pergunta que quase todas as pessoas na sociedade moderna está fazendo com grande dificuldade de encontrar a resposta mais adequada para suas vidas, e, provavelmente você também já tenha feito em algum momento de sua caminhada ou até esteja se perguntando isso nesse momento. Neste texto desejo compartilhar com você um entendimento transformador que pode alterar completamente a sua perspectiva sobre esse tema e fazer com que você finalmente, se for o caso, tome consciência do seu real propósito de vida.

Como qualquer outra pessoa, eu também, durante muito tempo, carreguei aquela mesma pergunta dentro do meu coração; nunca foi algo que me incomodasse a ponto de se tornar uma dor interna, embora isso possa acontecer com certas pessoas no longo prazo. No meu caso, não saber o meu verdadeiro propósito de vida era mais como uma sutil sensação de desconforto que permanecia por trás dos meus pensamentos diariamente, era algo como um ruído de fundo na minha mente que estava o tempo todo ligeiramente perceptível, em segundo plano. Era uma tênue percepção de não estar 100% completo, mas a passagem bíblica de João 15.16 transformou a minha mente de tal maneira que aquela sensação, aquele ruído mental, simplesmente desapareceu e recebi o discernimento para compreender a verdade sobre meu propósito.

E o que foi que percebi?

Que existe um grande mal-entendido naquela pergunta tradicional que as pessoas costumam fazer tanto a si mesmos, quanto aos outros ou mesmo a Deus; geralmente dizem: Como é que eu posso encontrar o meu propósito de vida? Ou usam alguma das muitas variações dessa pergunta, mas nunca nos damos conta de que essa é a pergunta errada, e nós a fazemos apenas porque vimos os que estão ao nosso redor, perto ou longe, fazendo o mesmo; mas sempre que usamos uma pergunta errada como ponto de partida acabamos chegando em uma conclusão ou resposta equivocada.

Se essa é a pergunta errada, então qual é a certa?

Antes de responder, deixe-me desfazer o mal-entendido do qual falei anteriormente, e é o seguinte: A grande maioria das pessoas têm enorme dificuldade de compreender o seu verdadeiro propósito de vida simplesmente porque estão tentando escolher um propósito para suas vidas. Ficou confuso? Vou explicar melhor.

Nenhum de nós pode, em verdade, encontrar o real propósito para nossa vida, e quando tentamos fazer isso corremos um sério risco de encontrar um propósito equivocado ou mesmo distorcido pelas vozes e influências do espírito do mudo; a verdade que parece estar sendo encoberta por névoa para que as pessoas não entendam é que nunca somos nós que encontramos nosso propósito de vida, mas é ele que nos encontra, é ele que nos escolhe e nos atrai com uma força "gravitacional" tão potente e inspiradora que dissipa toda a névoa mental que nos distrai e dissolve toda dúvida. Quanto somos encontrados e escolhidos por um propósito maior, ele passa a ser nosso, ou seja, passa a direcionar os nossos passos no presente e para o futuro, assim como faz a nossa vida se alinhar e se unir a ele para gerar benefícios interiores e exteriores em prol dos que estiverem ao nosso redor, quer estejam próximos ou distantes; sejam conhecidos ou mesmo desconhecidos.

Mas se não somos nós que encontramos o nosso propósito, se é ele que nos encontra e nos escolhe, como isso acontece?

Essa é a pergunta certa! O que precisamos fazer não é ficar procurando por um propósito para nossa vida, tudo o que devemos fazer e ficar atentos e vigilantes para ouvir quando formos "chamados" pelo propósito que Deus deseja que abracemos, e, uma vez ouvindo tal chamado o reconhecermos da maneira correta para nos unirmos a ele. Em Mateus 19.16-24 vemos a conhecida passagem do jovem rico; aquele jovem foi à Jesus procurando ensinamentos que dessem um propósito para existência dele, que seria fazer com que ele conseguisse a vida eterna por suas próprias forças, pois ele disse: "Bom Mestre, que bem farei..." Jesus então dá as informações que o jovem queria ouvir, pois sabia que naquelas questões tudo estava de acordo, ou seja, ele cumpria o que se esperava que cumprisse; porém no final daquela interação Jesus revela o real propósito da vida daquele jovem, quando disse: "Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; e vem e segue-me." Este foi o chamado para aquele jovem, o verdadeiro propósito da vida dele não era o que ele imaginava que fosse, era seguir Jesus. O jovem ouviu claramente, mas como podemos ler no restante to texto sagrado, entristecido, ignorou o chamado.

As pessoas que ainda não sabem qual é o seu verdadeiro propósito são aqueles que não estão ouvindo o chamado dele ou o estão ignorando, inconscientemente, ou conscientemente, mas voluntariamente como aquele jovem rico.

Mas por que alguém faria isso?

Porque a espécie humana é extremamente vaidosa e ambiciosa, somos naturalmente apegados e identificados com o nosso ego, geralmente as pessoas querem que o seu propósito de vida case com as suas vaidades, ambições e até com as suas ganâncias sociais; o desejo por construir, possuir ou manter riquezas (como aquele jovem da passagem bíblica), a busca por status, o anseio por distinção diante dos que os rodeiam, e muitas outras coisas semelhantes a estas que funcionam como uma gigantesca muralha de neblina que mantém as pessoas perdidas e sem rumo na vida, distraindo-as de modo que estão sempre tentando montar esse quebra-cabeças onde o seu propósito de vida deve contemplar suas vaidades e ambições, assim como satisfazer os interesses mais profundos do ego (carne) delas. Logo, com a mente estilhaçada e distraída em meio a toda essa neblina mental não são capazes de perceber quando o seu verdadeiro propósito estiver bem diante deles nem ouvirão o seu chamado, por isso continuarão sempre presos àquela pergunta intencionalmente distorcida pelo espírito do mundo, a saber: Como é que eu encontro o meu propósito de vida? Nunca chegarão a uma resposta ou pior, encontrarão a resposta errada.

Se você já teve a oportunidade de encontrar com alguém que tem plena consciência de seu verdadeiro propósito na vida, independentemente do que tal propósito seja. Se você perguntar para essa pessoa, mulher ou homem, como eles fizeram para encontrar o real propósito deles; todos, sem exceção, responderão mais ou menos da seguinte forma: "Não fui eu que o encontrei, foi ele que me encontrou, ele me escolheu e eu só o abracei". Da mesma maneira se pudéssemos fazer a mesma pergunta a Pedro, João, Paulo, ou a qualquer outro dos verdadeiros discípulos e apóstolos de Cristo, todos eles certamente responderiam de forma muito semelhante; eles diriam algo como:  "Nosso propósito de vida nos encontrou, ele nos chamou e nós o seguimos". Eis algumas passagens bíblicas que comprovam isso:

Pedro e André estavam pescando na Galileia, pois era o que faziam para viver, mas certo dia Jesus apareceu, e em Cristo aqueles homens ouviram e reconheceram o chamado do verdadeiro propósito da vida deles, quando o Mestre lhes disse: "...Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens." Mateus 4.19; ou seja, nas palavras de Jesus o verdadeiro propósito da existência daqueles homens se revelou a eles, claramente, em alto e bom som; e eles o aceitaram e o seguiram, como está escrito? "Então, eles, deixaram logo as redes, e seguiram-no." Mateus 4.20

Algo semelhante ocorreu com Tiago e João, que ajudavam a Zebedeu, pai deles, a consertar as redes de pesca quando ouviram o chamado do real propósito deles por meio da pessoa de Cristo; como foi relatado em: "E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com com Zebedeu, seu pai, consertando as redes; e chamou-os." Mateus 4.21.

Espero que você tenha compreendido que embora o espírito do mundo tenha disseminado através das eras que as pessoas devem procurar e encontrar o seu propósito de vida; a verdade é que quando as pessoas tentam fazer isso passam a se distrair profundamente nesse processo e perdem a capacidade de ouvir e reconhecer quando o seu verdadeiro propósito os chama. Todo cristão verdadeiro sabe que tentar encontrar o seu propósito verdadeiro no meio dessa sociedade caótica é uma forma que o mundo criou para manter as pessoas extremamente ocupadas e improdutivas, despendendo grande quantidade de esforço sem que obtenham qualquer sucesso verdadeiro; é como tentar caçar vaga-lumes no meio de um vendaval.

Cristãos entendem que o mais sábio é estar constantemente sóbrios e vigilantes para perceber o momento em que nosso verdadeiro propósito se revelará a nós e nos chamará. Foi exatamente isso que pessoas como Paulo, Moisés, Abraão, Marta, Maria, Ester, Maria madalena; e mais recentemente, Lutero e John Wesley, só para citar alguns exemplos, além de muitos outros cristãos anônimos através dos séculos, foram, através de Cristo, encontrados, escolhidos e nomeados pelo verdadeiro propósito da vida deles; assim se tornaram conscientes do que precisavam fazer e de como deveriam viver para que pudessem produzir abundância de boas obras, assim como, exemplos capazes de alcançar e inspirar os que estão ao redor e perdurar através do tempo, como está escrito: “... mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça...” João 15.16

Todos os que viveram ou estão vivendo a jornada do seu verdadeiro propósito de vida têm em comum o fato de que estavam atentos e vigilantes para ouvir e reconhecer o chamado; não se deixaram ser socialmente distraídos, mentalmente inebriados, nem espiritualmente embriagados como as demais pessoas ao redor deles, e isso lhes deu a clareza para identificar o chamado, mesmo quando este apareceu em meio a uma situação de aflição, desafio ou dificuldades.

Se você ainda não está consciente de qual é o verdadeiro propósito da sua existência, examine-se profundamente para verificar se não está se deixando distrair pelas vozes, sons e luzes da sociedade, ou, com seus próprios pensamentos, sentimentos e emoções. Se for esse o caso, não se desespere nem se permita ficar ansioso ou inquieto, procure diminuir suas distrações pessoais, profissionais, mentais, espirituais e fique atento em Cristo porque, certamente, na palavra Dele você ouvirá o chamado, e se você, diferentemente daquele jovem rico, aceitar, abraçar e seguir o chamado para o qual foi escolhido(a), tal como Pedro, João, Paulo e tantos outros cristãos verdadeiros, terá uma direção nobre para seguir e uma jornada que completará a sua vida interna e externamente em 100%.


Comentários

  1. Uauuu!! Que tremendo 👏👏👏👏👏

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Elis Michelle!
      Obrigado por deixar o seu comentário aqui.
      Fico contente em saber que você gostou do texto. Agradeço a Deus por isso.
      Que a luz do Altíssimo gere cada vez mais consciência, clareza e lucidez de pensamento, e de fé, em você.
      Grande abraço.

      Excluir
  2. Meu Deus! Que tremendo! Deus continue te abençoando sempre.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Mônica!
      Fico contente em saber que você gostou do texto. Agradeço ao Senhor por isso.
      Obrigado por deixar o seu comentário aqui, pois isso já é uma grande bênção para mim.
      Que nosso Deus, em Cristo, dê paz, saúde, sabedoria e sucesso a você.
      Grande abraço :-)

      Excluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Pedis e não recebeis, porque pedis mal... Tiago 4.3

"Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites." Tiago 4.3 Esta, sem dúvidas, é uma das frases mais conhecidas do livro de Tiago, mas durante algum tempo tive certa dificuldade de me aprofundar na grande lição contida nela. Será que você já conseguiu extrair deste versículo algo além daquilo que está na superfície? É o que tentaremos fazer agora. Creio que o hábito de pedir seja o mais intuitivo, natural e automático que possuímos, principalmente porque Jesus disse: "Pedi e dar-se-vos-a..." ; "o que pede recebe" e ainda, "tudo que pedirdes em meu nome eu o farei..." Somos ensinados e acostumados a pedir; há alguns até que se tornam viciados em fazê-lo, alguns tratam o Senhor absoluto do universo como se Ele fosse uma espécie de "gênio da bíblia", ou seja, na mentalidade destas pessoas Deus serve apenas para realizar seus desejos não importando o quão banais, vaidosos, egoístas, hedonista

“Clama a mim, e responder-te-ei...” Jeremias 33.3

“Clama a mim, e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes, que não sabes.” Jeremias 33.3 Deus nunca se cala. Ele está sempre falando conosco, sempre nos respondendo, mesmo quando nos negamos a ouvi-lo; tal como está escrito em Jó 33.14, que diz: "Antes, Deus fala uma e duas vezes; porém ninguém atenta para isso." . Uma vez que qualquer pessoa clame a Deus a respeito de alguma situação ou petição, seja qual for; como foi escrito em Filipenses 4.6, que diz: “...Antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graça .” . Ele próprio afirma no texto de Jeremias 33.3 que responderá. E porque estou falando algo tão óbvio assim? Porque tenho percebido que para muitas pessoas não é tão óbvio; na verdade, já perdi as contas de quantas vezes eu ouvi alguém falar que orou, clamou, pediu e suplicou a Deus a respeito de algo, mas Ele não respondeu. Já ouvi pessoas falarem isso, ou algo semelhante, tant

"...Um dia para o SENHOR é como mil anos..." 2 Pedro 3.8

"Mas, amados, não ignoreis uma coisa: Que um dia para o SENHOR é como mil anos, e mil anos, como um dia."   2 Pedro 3.8 Agora é hora de quebrar um grande mito. Um tipo de crença religiosa que tem impedido muitos de enxergar um pouco mais a grandeza de Deus. Em um texto anterior falei sobre o   tempo das coisas , mas neste texto vamos conversar brevemente sobre o suposto tempo de Deus. Provavelmente você já tenha ouvido alguém falar, ou já falou, a seguinte frase:   Não é o tempo de Deus. Embora eu compreenda o que tal frase quer dizer, creio que há alguns pontos importantes sobre ela que devemos conhecer plenamente para melhorarmos tanto o nosso conhecimento do SENHOR quanto nosso relacionamento com Ele. Certa vez li uma frase atribuída ao físico alemão Albert Einstein que me ajudou bastante a compreender o entendimento que compartilho nesse texto com você. Eis a frase: "A distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistent