Não ajunteis tesouros na terra... Mateus 6.19

“Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e os ladrões minam e roubam.” Mateus 6.19

Sempre que começo a estudar a Escritura Sagrada fico impressionado com a forma como ela se mostra simples, atual e totalmente aplicável aos dias em que vivemos.

Você conhece alguém que trabalha duro durante o mês todo, todos os meses do ano, para ganhar seus salários, e com este dinheiro compram todo tipo de símbolos mundanos de status e poder aquisitivo, sem ponderar se verdadeiramente tais compras trarão alívio ou peso extra para sua vida? Ou. Você conhece alguém que após comprar algo parcelado no cartão ou carnê, teve seu bem recém comprado, roubado, perdido, danificado ou inutilizado por qualquer motivo, poucos dias ou meses após a compra e antes de terminar de pagar? 

Quando isso acontece, apenas duas coisas restam. Primeira: A frustração de ter feito tanto esforço, e às vezes até sacrifícios, por algo que foi tirado facilmente de suas mãos ou teve uma durabilidade produtiva tão pequena. A Segunda coisa que resta é uma dívida que se estenderá até o término do período acertado no momento do parcelamento da comprar.

Mateus 6.19: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e os ladrões minam e roubam.”, fala claramente da mentalidade mundana de entesourar coisas sem valor que é tão comum atualmente. Então você pergunta: Se são coisas sem valor, como podem ser tesouros? Tesouros não são apenas coisas valiosas?

Ótimas perguntas!

Como você bem sabe, todos os mundanos são doutrinados desde que nascem para desenvolver um agudo e voraz senso de compra e consumo a qualquer preço, e por outro lado, aqueles que estão vendendo procuram cobrar como se suas mercadorias fossem verdadeiros tesouros, mesmo sendo apenas objetos comuns que estão sujeitos a receber dano, ficam obsoletos em poucos meses e se deterioram com o tempo; o espírito do mundo perverteu o verdadeiro significado da palavra tesouro e usa esse conceito deturpado para criar confusão e escravidão para bilhões de pessoas. Então vamos desfazer isso aqui e agora.

Pense por um momento em um tesouro; que imagem vem ao seu coração?

Se você imaginou uma arca repleta de moedas, barras, utensílios de ouro e vários tipos de pedras preciosas como aquelas escondidas por piratas nos filmes; parabéns! Você fez como 90% da população do planeta, e assim como eles, você errou; mas não se preocupe. Deixe-me explicar.

O espírito do mundo faz as pessoas associarem em seus corações que tesouros são bens e objetos de alto ou altíssimo valor, como ouro e jóias; isso acontece para que um propósito pernicioso tenha condição de agir de maneira oculta dentro das pessoas, pois dessa forma toda vez que um produto qualquer receber um preço elevado, automaticamente um gatilho será acionado no coração das pessoas que possuem essa visão, de modo que elas vão passar a enxergar tal objeto como um tipo de "tesouro" e o desejarão ardentemente, ficarão dispostos a fazer quaisquer sacrifícios para obter tais itens. 

Para sustentar essa mentalidade enganosa, o espírito do mundo implanta figuras variadas e pre-definidas de "tesouros" mundanos tais como: Ouro, jóias, casas, carros, aparelhos eletrônicos, roupas, calçados, acessórios e tantos outros como marcas exclusivas que com uma pequena ajuda da mídia ficam gerando intermináveis desejos e cobiças que aprisionam o coração de cada um transformando-os em compradores compulsivos; "porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração" Mateus 6.21; ou seja, se o seu conceito de tesouros são coisas mundanas, itens, bens, objetos, marcas; logo, seu coração estará sempre repleto de desejos, cobiça e vontades relacionados a eles. Transformando a vida de quem é assim em uma verdadeira prisão moderna, embora muitos não percebam.

Há milhares de figuras mundanas de tesouros, muitas das quais já foram citadas aqui anteriormente, como carros, eletrônicos e outros, mas uma delas é a clássica imagem da arca repleta de ouro e é justamente ela que sustenta essa ideia de que tesouros são bens de altíssimo valor, é isso o que o ouro representa nessa imagem mental. Além disso, se você encontrar um baú desses em algum lugar, algo que é pouco provável que aconteça; imediatamente seu coração vai começar a gritar: Tesouro!

Mas uma coisa ficou sem explicação e vou fazê-lo agora: Ouro e jóias não são tesouros?

Do ponto de vista do mundo, sim, mas do ponto de vista da Verdade, não. Novamente digo; o mundo ensina que tudo o que possui altíssimo valor é um tesouro, mas a Bíblia Sagrada ensina que tesouro é tudo aquilo cujo valor não pode ser calculado, medido ou diminuído, e este conceito é completamente diferente daquele ensinado pelo mundo; como Salomão disse certa vez: "Mais digno de ser escolhido é um bom nome do que muitas riquezas; e a graça é melhor do que riquezas e ouro." Provérbios 22.1

Segundo o sábio rei Salomão, naquela comparação, os verdadeiros tesouros são um bom nome e a Graça Divina, porque o valor destes dois não pode ser medido, calculado ou diminuído, logo, excedem o valor do ouro, das jóias e das riquezas mundanas que podem ser calculadas, medidas e até perdidas ou diminuídas por fatores alheios a nossa vontade e citados no versículo de abertura deste texto, como traças, ferrugem e ladrões. 

Agora, dito isso, sou eu quem pergunta: Quanto vale um bom nome? E quanto vale a Graça Divina?

A resposta é simples; tanto um quanto o outro possuem valor inestimável, incalculável, ou seja, eles têm valor tão elevado que não podem ser mensurados; estes sim são tesouros de verdade e são estes tesouros que nós, cristãos, devemos nos esforçar para ajuntar, como está escrito: "Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam." Mateus 6.20. Jamais algum ladrão conseguirá tirar de você o valor do seu bom nome, se você realmente zelar por ele; da mesma forma, nada nem ninguém pode tirar de você o valor da Graça Divina que opera abundante e poderosamente em sua vida; ela não se deteriora com o tempo, não se deprecia, não enferruja, não quebra, não sofre dano de agentes externos e nunca perderá seu valor, que vai muito além da nossa capacidade de medir ou calcular. A Graça Divina e seu bom nome são tesouros verdadeiros e celestiais; mas não são os únicos. Veja novamente o que o sábio rei Salomão fala: "...Melhor é a sabedoria do que os rubis; e de tudo o que se deseja nada se pode comparar com ela." Provérbios 8.11

Qual dos dois é mais valioso, a sabedoria ou os rubis? Segundo Salomão, inspirado por Deus, a sabedoria é mais valiosa e nenhum tesouro mundano pode se comparar a ela, porque você pode calcular facilmente o valor de tudo o que o mundo chama de tesouro, mas jamais conseguirá medir o valor real da sabedoria, de fato, com sabedoria você conseguirá até adquirir as coisas que o mundo chama de tesouro, mas o contrário não é verdadeiro, ou seja, mesmo que você tenha todos os rubins do mundo não conseguirá comprar nem uma "grama" de sabedoria, pois a sabedoria é algo divino dado ao homem, um dom de Deus dado aos que pedem a Ele, como está escrito: "...Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não lança em rosto; e ser-lhe-á dada." Tiago 1.5. Portanto concentre-se em procurar e ajuntar primeiramente os tesouros celestiais tais como a sabedoria, um bom nome, a Graça Divina; e lembre-se que seu carro, seu relógio, seu telefone celular, sua casa, seu dinheiro, suas roupas de marca, seus utensílios e assessório de luxo e todas as suas coisas semelhantes a estas não são tesouros de verdade, não importa o quão caros e exclusivos sejam, são apenas coisas que o mundo quer que você pense que são tesouros. Os verdadeiros tesouros são tudo aquilo que o valor não pode ser calculado e não perdem valor, como por exemplo: Sua fé, sua honra, sua lealdade, sua fidelidade, seu valor pessoal, sua família, a sabedoria, o conhecimento, o amor, a vida humana; a Graça Divina e tantos e tantos outros tesouros como estes revelados nas Escrituras Sagradas.

Concentre seus esforços primeiramente em buscar, ajuntar e cultivar os tesouros celestiais que não são roubados nem se deterioram, porque depois você poderá conseguir as coisas que necessitará para viver uma vida de abundância, equilíbrio e plenitude segundo a vontade de Deus; como foi ensinado: "Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas." Mateus 6.33; ou seja, se você buscar os tesouros do céu primeiro, tudo o que você necessitar da terra será acrescentado na sua vida; mas se você fizer como os mundanos e se ocupar em buscar os tesouros da terra primeiro, não conseguirá receber os verdadeiros tesouros do céu e ainda terá seus "tesouros" mundanos, minados, roubados, danificados e deteriorados constantemente.

Seja sábio e faça a escolha certa a partir de agora.